Viajando com nossos gatos

Barnabé e Lola
Oi pessoal,


Nós temos dois gatos, Barnabé e Lola, que resgatamos na rua e são parte da nossa família. Nunca imaginamos mudar de país sem eles, quem tem pets em casa sabe muito bem como é. Mas para fazer uma viagem longa como esta, precisamos pesquisar muito cada detalhe pois gatos não são como cachorros que amam um passeio. Sair de casa, do ambiente conhecido e totalmente dominado pelos bichanos é extremamente estressante. Vou contar passo a passo como foi todo esse processo de viagem...



Antes

Assim que eu tudo certo com nosso visto, uma das primeiras coisas que fiz foi falar com uma amiga, Andréa, que me apresentou e incentivou essa vida com felinos. Conheci a Andréa na empresa em que trabalhamos e ela tinha 3 gatos em seu apartamento, que se tornaram 4 uns meses depois. Então pra mim, ela é uma expert em gatos rsrsrss... Perguntei com ela fez para viajar com os gatos dela, já que ela tinha mudado de cidade uns meses atrás, dicas, remédios e tudo mais... Acho que foi mais pra eu saber que tudo daria certo e que podia me acalmar sabe?! 

A segunda etapa foi pesquisar o que era necessário para fazer essa viagem. Cada país tem suas regras e restrições para a entrada de animais. Achei o Canadá bem tranquilo em comparação com outros países.

Documentação necessária:


  • Os gatos precisam ser vacinados contra raiva com pelo menos 1 mês antes da viagem. A vacina é válida por 1 ano. Como a vacina dos meus gatos venceria em julho, no final de junho vacinamos os dois.
  • É necessário um atestado de saúde animal de um veterinário. Aqui entra a segunda pessoa fundamental que é a Lívia, veterinária super atenciosa que cuidou dos nossos gatos muito tempo. Ela foi em casa consultar os gatos e emitiu o atestado. Tudo isso tem que ser com no máximo 10 dias antes da viagem por causa da etapa seguinte;
  • CZI (Certificado Zoo sanitário Internacional) que é emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Não foi necessário agendamento, mas esse certificado tem validade de apenas 3 dias, então levamos o cartão de vacina (original e cópia) dos gatos e o atestado emitido pela veterinária (original e cópia), não foi necessário pagar nenhuma taxa e no outro dia estava pronto.

Passagens aéreas


  • Tanto em voos nacionais e internacionais a maioria das companhias aéras levam os animais de pequeno porte dentro da cabine do avião. Um animal por pessoa, eu não poderia levar os dois gatos comigo por exemplo.
  • Cada tipo de avião e cada cia aérea tem um limite de animais que podem ser levados na cabine e no compartimento de carga.
  • Quando compramos as passsagens da Air Canada já olhamos a disponibilidade em que os gatos poderiam ir conosco. Se a gente não estivesse com os gatos, conseguiríamos passagens para início de agosto, mas como tínhamos 2 bichanos, só havia disponibilidade para o dia 28/08.
  • Cada cia aérea tem um limite de tamanho da caixa de transporte. Isso é muito importante observar, pois no nosso caso, como fizemos uma viagem doméstica antes do voo internacional, tivemos que comprar uma caixa menor pois senão não embarcaríamos no voo para São Paulo. Voos internacionais geralmente, permitem uma caixa de transporte um pouco maior.
  • Cada cia aérea também tem um limite de peso (animal + caixa de transporte)  e o animais precisam conseguir ficar em pé dentro da caixa. 


Dicas


  • Seguindo as dicas da Andréa e da Lívia, colocamos aqueles tapetes descartáveis dentro das caixas, pra evitar vazamentos indesejados rsrsrs
  • A Lívia indicou também um spray milagroso rsrs, Feliway, ele é o feromônio do gato, serve pra deixar o gato mais tranquilo, se sentindo em casa por causa do cheiro familiar.
  • Levamos também biscoitos, água e coleira.

A viagem

Fizemos tudo que precisávamos e deixamos os gatos por último, demos água e comida normalmente, mas gatinhos são bem espertos e sabiam que tinha algo diferente acontecendo. 
Colocamos os feliway nas caixas, o tapete, e pra conseguir colocá-los dentro da caixa foi um Deus nos acuda pois eles esconderam debaixo da cama e foi difícil tirá-los de lá. Saímos de casa um pouco mais tarde do que gostaríamos por causa disso.

Chegamos no aeroporto e o Barnabé já tinha feito a estreia do tapede descartável. Mas como levamos alguns reservas, já trocamos por um limpinho e fomos fazer o check-in. Pediram os documentos dos gatos e colocaram eles na balança, o limite de peso era de 5kg com a caixa, quando vi 5,5kg e 6kg do Barnabé e da Lola, o coração até parou!!! Começou bater o desespero, mas o pessoal da Azul, super educados conversaram pelo walkie-talkie por uns minutos (que pareceram horas) e deixaram eles embaracarem... ufaaaa...!!! Para passar pelo detector de metais, precisamos tirar os gatos da caixa, e passar com eles no colo. Por isso colocamos a coleira, pois nas minhas pesquisar, vi que nessa hora é que muitos bichinhos assustados, saem correndo e se perdem. Foi difícil não por eles, que se comportaram muito bem, mas por que erámos dois adultos, com malas, bebê e dois gatos... loucura!!

Voo foi tranquilo, não quiseram beber nem comer nada e não usaram mais o tapete. Chegamos em São Paulo e não tivemos nenhum problema com os gatos. Não tiramos eles das caixas pois estavam muito asssustados e na hora do embarque internacional não tivemos problema já que o peso máximo eram de 10kg. E para passar no detector de metais foi a mesma saga, tira o gato, segura a coleira, passa, coloca o gato, volta, pega o outro gato... kkkk quem via não acreditava. Não sei quantas vezes as pessoas nos olhavam e falavam, "vocês são muito corajosos". Hoje eu também acho, mas não me arrependo!

Durante o voo, a Lola começou reclamar um pouco. O Noah já estava dormindo, e como umas das regras da Cia é que não podemos tirar os pets em nenhuma hipótese da caixa, chamamos o comissário, o mesmo que deu o presente pro Noah (se você não leu, está no post  Viajando com bebê)
e pedimos para ir ao banheiro e soltá-la um pouco, e ele deixou. Então o Léo tirou ela da caixa um pouco, ela só olhou tudo, cheirou, e voltou pra caixa, mas depois disso não reclamou mais.

Depois

Chegamos em Toronto, passamos pela imigração (Depois de quase 1 hora e meia), pegamos as malas e fomos achar o lugar em que liberariam a entrada dos nossos gatos. Gente, foi muuuiiitto tranquilo e surpreendente. Eles olharam os papéis em 1 minuto e nos liberaram. Quando pesquisei, vi que tínhamos que pagar uma taxa por cada animal que entrasse no país, mas não nos cobraram nada não.

Achamos um táxi que não reclamou muito de ter que levar os gatos, mas perguntou se tinha risco de vazar alguma coisa da caixa rsrs. Chegamos em casa (alugamos temporariamente uma casa em Toronto para resolver as coisas burocraticas da chegada no país), borrifei feliway na casa toda e o Léo saiu pra comprar areia e ração. Quando tiramos eles das caixas exploraram a casa toda, usaram o banheiro e demoraram um pouquinho mas comeram e tomaram água. Até quando saimos de Toronto com destino a nossa casa definitiva também não tivemos surpresas.

Muita gente pergunta se eles estão se acostumando com o frio, pois de Goiânia para Parkhil-On tem uma pequena variação climática rsrsr mas eles só ficam dentro de casa, e o aquecedor fica sempre ligado mantendo a temperatura no interior da casa.

Essa foi nossa experiência de viagem com nossos peludinhos. Qualquer dúvida deixem nos comentários.

Beijos!!

Mylla Amâncio

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