A parte mais difícil de estar longe de casa...

Oi Pessoal,


Desde que a ideia de morar fora surgiu, tentei me preparar para o que seria difícil de estar longe e em lugar completamente novo. Pensei em várias dificuldades que poderiam complicar a nossa vida, a língua, clima, comida, pessoas diferentes e a saudade de casa. Todas essas hipóteses se comprovaram de alguma forma. 


  • Falar inglês


A língua por exemplo, por mais que eu tenha estudado no Brasil o inglês, nunca pratiquei muito e sempre fui muito tímida e insegura de conversar em inglês. Por aqui não tem outra saída rsrs... Tenho que deixar tudo isso de lado e simplesmente falar. Em quase 3 meses, vejo que já melhorei bastante, mas ainda é muito difícil. Escrever e ler é a parte mais fácil pra mim, mas a tal da conversa... enfim, estou buscando alguns cursos, livros e pessoas que tenham paciência pra escutar meus erros e corrigi-los, e graças a Deus tenho recebido algumas ajudas.


  • Clima





O clima até agora está ok. Chegamos no final do verão e foi a melhor coisa para nós, pois estamos acompanhando a mudança de tempratura, já vimos a temperatura chegar a 30C, e na semana passada, tivemos uma sensação términa de -10C. Nevou alguns dias, (nesse momento estou escrevendo de olho na neve caindo pela janela) é lindo, por enquanto rsrs. O que mais tem me assustado é como saber o que vestir e como vestir o Noah, que ainda não sabe falar se está com frio ou calor. Então a estratégia aqui em casa e colocar camadas e camadas e roupas e se sentir calor é só começar a tirar... E isso demanda tempo! Para sair de casa já programo 30 minutos só para vestir roupa!! Acho que com o tempo, tudo fica mais fácil e familiar.




  • Comida

Por incrível que pareça foi a parte mais fácil. Só por que achamos nossos igredientes por aqui (não é igual, mas substitui com dignidade rsrs). O Léo sofreu um pouco pois no trabalho, não tem essa de horário de almoço como no Brasil. São 30 minutos pra fazer um lanche apenas, então no início foi complicado, mas já se adaptou também. E em casa continuo fazendo o arroz com feijão de todo dia. Lógico que não ficamos isolados e experimentamos a comida canadense também, principalmente o Tim Hortons que é uma cafeteria super típica daqui. 



  • Pessoas


fonte: middlesex.ca
Não sei se é por que a cidade que a gente mora é bem pequena (na placa da cidade informa 1,640 habitantes) mas fomos muito bem recebidos aqui. O que foi até uma surpresa, pois esperávamos por pessoas mais frias e reservadas. Lógico que igual o povo brasileiro não existe, mas não temos do que reclamar. Quando ficam sabendo que somos brasileiros, já abrem o sorriso e perguntam um monte de coisas, alguns começam tentar falar alguma coisa em espanhol, acho que explicamos que o Brasil é o único da América do Sul que fala português incontáveis vezes. Mas isso demonstra a vontade de interagir e o cuidado que tem tido conosco. Não sei se é regra do país, mas em Parkhill brasileiros são muito bem vindos..



  • Saudade de casa

Essa sim tem sido a parte mais difícil de estar longe. Principalmente pra mim que nunca fiquei 30 dias longe da minha família. É muito diferente não ter o mesmo aconchego, o cheiro, os carinhos, as palavras... A tecnologia ajuda muito, mas não substitui!! Sempre fui muito apegada a minha família e ligar e ouvir, "volta logo pra casa..." até dói as vezes, mas sei que do mesmo jeito que é difícil por aqui, é difícil por ai também! 

Não tem jeito de se preparar para isso, é esperar e pensar no que te trouxe pra longe. Ter muito claro o que você quer e seu objetivo. Sabemos que é o melhor pra nossa família e isso que tem nos mantido firmes no nosso propósito. 
Tem dias difíceis? Sim, dias muitos difíceis. Hoje é um deles!! Dia muito importante, de festa da nossa igreja brasileira (nunca vai deixar de ser nossa igreja) e olhando fotos, e até participando do planejamento mesmo estando longe, não deixa de mexer com nossa cabeça. 

nossa despedida

Mas vamos viver um dia de cada vez sabendo que tudo que passamos é de alguma forma um aprendizado e não podemos pular etapas. Quando fizemos 2 meses aqui, comecei pensar nisso. Será que não tem jeito de pular algumas etapas? Fechar os olhos e já saber falar inglês muito bem, conhecer tudo por aqui, estar 100% adaptados. Mas como isso tudo pode acontecer num abrir e fechar de olho?! Não existe mágica, o que existe é saber viver e aprender com todas as experiências que a vida nos proporciona.

Minha casa sempre vai ser Goiânia, mas quem disse que não posso ter outra casa também !!! Acho que com um tempo saudade fica mais suportável e percebemos que nossa casa é onde estamos!!

Beijos!!

Mylla Amancio


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